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Halving Além dos Ciclos

19 de abril de 2024

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Halving Alem dos Ciclos

Os ciclos do Bitcoin são como a natureza, vermelho, verde, verde e verde.

“2010: ninguém usa.

2011: só nerds usam.

2013: só traficantes usam.

2014: só quem lava dinheiro usa.

2017: só especuladores usam.

2020: só pequenas empresas usam.

2021: só pequenos países usam.

2022: só pequenos bancos usam.

2024: Só alguns fundos usam.

Até o momento só os Faria Limers não usam.’’

Uma retrospectiva do Bitcoin na curva de adoção de novas tecnologias. O objetivo deste texto é examinar a cadeia de acontecimentos que conduziram o Bitcoin ao longo dos seus 15 anos de existência, além dos seus ciclos de preço e para isso vamos precisar dos três seguintes pontos:
  1. Entender o que é halving e como Satoshi chegou a essa escala temporal.
  2. Realizar uma retrospectiva dos acontecimentos que impactaram a adoção e o desenvolvimento do Bitcoin ao longo dos quatro eventos de redução pela metade (halving).
  3. Analisar quanto o Bitcoin avançou na curva de adoção de novas tecnologias em cada uma das épocas, onde estamos hoje e que desafio iremos transpor para adoção em massa.
Quero ressaltar que as pessoas tendem a olhar para a faixa temporal de ciclos de halving, marcada pela validação de 210.000 blocos, majoritariamente da perspectiva de ciclos de preço.

Ciclo de quatro anos dividido por fases. Imagem: Rekt Capital/Aurelien Ohayon

Proponho um olhar que dialogue mais com a natureza do Bitcoin, uma cadeia de eventos no tempo. Por isso não vamos abordar o marco temporal de 210.000 blocos como ciclos, tão pouco buscar padrões que se repetem em “vermelho, verde, verde e verde”.

Vamos abordar a cadeia de eventos bloco a bloco, mais precisamente uma época por vez seguindo a flecha do tempo e o caminho do Bitcoin no gráfico de adoção de inovações tecnologias.

Uma retrospectiva do Bitcoin na curva de adoção de novas tecnologias.

Esse é o Mempool Space é um visualizador da cadeia de blocos do Bitcoin.

O Bitcoin é como um relógio que tem seu próprio ritmo medido em blocos. E aqui está a cadeia de eventos que vamos observar.

Para o filósofo alemão Martim Heidegger: Não é o tempo que passa, somos nós que passamos pelo tempo.

1. O que é halving?

Halving (redução pela metade), do inglês “half” (metade), é o corte de 50% na produção de novos bitcoins. Esse evento acontece a cada 210 mil blocos minerados, cada bloco leva em média 10 minutos para ser minerado o que da em torno de 4 anos para o evento acontecer. Esse corte gera um grande choque na oferta e impacta diretamente a indústria da mineração.

O lastro do Bitcoin é a matemática

Essa equação conta com três decisões arquitetônicas que são fundamentais para o design do Bitcoin:

  1. Tempo médio de bloqueio:
  2. Método de distribuição de moedas.
  3. Número de blocos num ciclo de redução para metade.

2. Retrospectiva

O que vamos ver está aqui dentro desses 15 anos.

Nossa retrospectiva começa em 2009, vamos relembrar alguns dos principais eventos que marcaram a história do Bitcoin que o conduziram na curva de adoção de novas tecnologias.

I Época — Os inovadores

  • No dia 3 de Janeiro de 2009, o primeiro bloco foi minerado por Nakamoto, marcando assim o início da cadeia de blocos do Bitcoin.
  • Em março de 2010, a primeira corretora de Bitcoin surgiu com o nome de bitcoinmarket.com (já extinta). Foi em julho desse mesmo ano que famigerada Mt.Gox foi lançada.
  • No dia 22 de maio de 2010, Laszlo Hanyecz realiza a primeira transação no mundo real com Bitcoin, ao comprar 2 pizzas por 10.000 BTC. Hoje essa data e celebrada como Bitcon Pizza Day.
  • Em 2011 o preço do Bitcoin chega a paridade com o dólar.
  • O dia 26 de abril de 2011 marca o último contato conhecido de Satoshi Nakamoto na internet.
  • A Silk Road foi o primeiro marketplace a operar com o bitcoin como moeda, tornando-se famoso pela venda de produtos “ilícitos”. Lançado em 2011 e desativado pelo FBI em 2013, foi o primeiro grande “caso de uso” do Bitcoin. Em 2012, as vendas anuais foram estimadas em 22 milhões de dólares.
 Por baixo do capô o Bitcoin também se desenvolvia e esses são alguns dos avanços nesse período:

A batalha pelo BIP 16 foi a primeira grande guerra do bitcoin mostrando como seria difícil fazer mudanças e o tom dos debates futuros.

O Bitcoin é uma grande inovação tecnológica e está percorrendo seu caminho na curva de adoção de novas tecnologias. A curva de adoção é uma estrutura desenvolvida para entendermos e analisarmos os diferentes estágios da adoção de tecnologia entre os usuários. É um modelo que ilustra como uma inovação é difundida, desde os primeiros adotantes até o mainstream. Os eventos acima e os que veremos a frente fazem parte do percurso que o Bitcoin realizou.

O abismo da inovação é onde muitas ideias transformadoras morrem antes de chegarem no grande publico. Exemplos: Blackberry e MySpace.

Em boa parte desse período o bitcoin não tinha nem sequer precificação. Hal Finney, Gavin Andresen, Laszlo Hanyecz, Maxi Keiser e o próprio Satoshi levaram o Bitcoin até os primeiros adeptos. Todo o trabalho desses inovadores conquistaram uma nova geração de Bitcoinheiros.

Nesse primeiro período o Bitcoin foi declarado morto 8 vezes.

II Época — Os Primeiros dos Primeiros Adeptos

  • Em 28 de novembro de 2012 o Bitcoin chega ao número de 210.000 blocos minerados dando inicio ao primeiro corte na emissão de novos bitcoins. Para muitos já era surpreendente a rede ter chego até aqui.
  • O valor da Bitcoin dispara para $1.290 no final de novembro de 2013, atraindo uma grande quantidade de novos usuários e investidores.
  • Em 22 de maio 2013, em San Diego — Califórnia é inaugurado o primeiro serviço de ATM Bitcoin.
  • Mt Gox, uma das maiores corretoras de Bitcoin, sofre uma enorme violação de segurança que leva à sua falência, e resulta numa perda de aproximadamente 850.000 BTC em 2014.
  • Em janeiro 2015 a Coinbase lança em 25 estados americanos, o primeiro serviço regulamentado de corretagem.
  • Joseph Poon e Thaddeus Dryja publicaram o white paper da Lightning Network em fevereiro de 2015.
As coisas seguem quentes por baixo do capô.

Na opinião do autor desse texto, o BIP 39 é a implementação de maior impacto na adoção do Bitcoin.

A grande era libertária. Bitcoinheiros de segunda geração como, Daniel Fraga, Alan Raicher, Fernando Ulrich, Eddie Oz e o amigo do Alex Emídio ajudaram em algum grau trazer o bitcoin até aqui.

Em março de 2013 o Chipre confiscou dinheiro de contas bancárias e o Bitcoin é usado pela primeira vez como ferramenta de defesa contra abusos de Estados.

Nesse ponto começaram a surgir os primeiros usuários que em sua maioria não eram necessariamente os nerds cypherpunks.

Em 30 de julho de 2015, a rede Ethereum foi lançada com a introdução dos tokens ERC-20, agora sendo é possível realizar contratos inteligentes e, eventualmente, “descentralizar” as finanças para o mundo das “criptomoedas”.

E até aqui o Bitcoin morreu 121 vezes.

III Época — A primeira grande corrida dos Touros

  • Em 2016 o Bitcoin atinge a marca de 700 ATMs em todo mundo.
  • A Guerra Civil do Bitcoin, também conhecida como a Guerra dos blocos chegou ao seu fim em 2017, quando foi criada uma versão alternativa da Bitcoin, chamada Bitcoin Cash.
  • Em 2018, o Lightning Labs lançou a primeira versão beta de Lightning Network no Bitcoin Mainnet. Esse momento marca o inicio do envolvimento de Jack Dorsey no projeto.
  • Em 2019 Mark Zuckeberg foi o boi de Piranha ao retornar ao Congresso dos EUA para tentar implementar uma moeda digital privada.
  • Em 12 março de 2020 o Bitcoin caiu mais de 50% em um único dia devido aos eventos pandêmicos.
As coisas seguem quentes por baixo do capô.

O Taproot foi a última grande atualização do protocolo Bitcoin.

O Bitcoin segue avançando na sua adoção.

Nesse período surge no Brasil os primeiro canais exclusivamente dedicados ao tema como Bitcoinheiros e Eu uso BTC.

Após uma insana corrida, o preço do Bitcoin atingiu máximas históricas que chocaram o mundo. A guerra dos blocos foi um evento crucial no teste de descentralização da rede e a Libra roubou todos os holofotes em um momento determinante, sendo um verdadeiro boi de piranha para que o Bitcoin pudesse avançar em seu amadurecimento.

E até aqui o Bitcoin morreu 393 vezes.

IV Época — Os últimos dos primeiros adeptos.

  • Grandes instituições do mercado financeiro como Tesla, MicroStrategy e Square realizaram compras significativas de Bitcoin em 2020.
  • Em 2021 El Salvador se torna o primeiro pais a adotar o Bitcoin no dia da independência do Brasil.
  • BRC-20 (Alerta de macaco), foi introduzido o novo token padrão da rede Bitcoin. Em 2023 se tornou possível criar memecoins no Bitcoin.
  • A Securities and Exchange Commission (SEC) aprovou a comercialização de Exchange Traded Funds (ETFs) de bitcoin à vista. Isso é uma dos maiores avanços na adoção da história.
  • Quem disse que o Bitcoin não é unidade de medida? Os EUA passam a mensurar sua base monetária em Bitcoin em março de 2024.
No Brasil surgem na comunidade nomes como Caio Leta, Diego Kolling, Hugo Ramos, Stackfy e muitos outros. O Bitcoin segue seu caminho na curva de adoção de novas tecnologias e começa a superar o vale das inovações.

Em março de 2024 Larry Fink, CEO da Black Rock, afirma que o ETF de Bitcoin é o de mais rápido cresimento da história.

Sabe onde todos esses 15 anos cabem? Bem, eles nos trouxeram até este ponto, a porta do abismo das inovações. Bitcoinheiros e entusiatas de todo mundo desprenderam muito PoW para chegarmos até aqui, mas o evento dos ETFs é algo sem precedentes na história do Bitcoin, como disse um usuário no X “esse é o acontecimento mais importante desde o bloco gênesis”.

Bitcoin diante do abismo. "O ponto de não retorno foi em 03 de janeiro de 2009." Alan Raicher.

Até aqui o Bitcoin foi declarado morto 476 vezes, mas passa bem!

Em março de 2024 Larry Fink, CEO da Black Rock, afirma que o ETF de Bitcoin é o de mais rápido cresimento da história.

Ouso afirmar que os ETFs de bitcoin são a ponte sobre o abismo da inovação, agora fora do grupo dos primeiros adeptos o bitcoin é ofertado para o grande público dos principais fundos de gestão da maior economia do mundo.

A nível de comparação a Lightning Network em 5 anos obteve um pouco mais 5 mil bitcoins alocados em sua rede em seu máximo histórico. Atualmente a Rede Lightning detém 4.644 bitcoins.

Interessante observar que a taxa base da LN é medida em milisatoshis.

Em menos de 90 dias, 9 ETFs de Bitcoin já detinham a insana e impressionante quantia de 500k bitcoins. Isso é uma ordem de grandeza 100x maior do que a Lightning Network, que em algum momento foi para muitos o veículo que conduziria adoção em massa do Bitcoin.

O Banco do Brasil é o oitavo maior comprador do IBIT.

A ponte sobre o abismo:

O ponto de não retorno foi em 03 de janeiro de 2009. Os ETFs de Bitcoin, uma ferramenta do mercado tradicional, por mais curioso que seja, será a ponte ou parte dela sobre o abismo das inovações tecnológicas.
 
Bem, não é o herói que merecemos, mas talvez seja o herói que precisávamos.
 
Com tudo isso! Chego a conclusão, não me referindo a um momento neste ciclo de halving, mas a este momento na cadeia de eventos de que não serão os Bitconheiros que farão a adoção em massa do bitcoin da mesma forma que Moisés não entrou na terra prometida, serão esses novos players que o farão.
 
Bem, aos Bitcoinheiros caberá o papel que sempre lhe fora atribuído “a tarefa de Isaias” que é pregar aos remanescentes.

Créditos: Jeff – Texto Original Halving além dos ciclos